deste lado do ecrã. Não me esqueci deste diário virtual que alimento com sonhos e esperanças, medos e tristezas; nem tão pouco daqueles que o tornaram tão importante e especial sustentado pelo carinho e amizade de quem por aqui passa.
A vida (ou, aquilo que dá força às nossas lutas diárias) presentearam-me com pequenas surpressas, tornando aquelas típicas frases cliché, outrorá mal recebidas ou interpretadas, num autêntico sinal de que a mudança está ao alcançe de quase pouco... E, começo a aprender o que é estar com alguém sozinhos, a ser eu mesma e a demonstra-lo sem medos, simplesmente, a gostar de alguém e sentir o mesmo. Talvez seja "sol de pouca dura", mas enquanto durar, quero aproveitar ao máximo. Somos, ainda, como uma pequenita e frágil flor que todos os dias necessita de ser regada e bem tratada para crescer e forte se torne mas, apesar dos medos e inseguranças que cada um de nós carrega, dia após dia, procuramos transformar a frágilidade da nossa recém relação em algo forte e duradouro... porque ainda só temos "um par de semanas e uns dias".
perder uns quilitos. Comecei por alterar os meus hábitos alimentares e excluir os refrigerantes (algo que nunca fui muito apreciadora), em não saltar o almoço e evitar, ao máximo, bolachas com chocolate (custa, mas desde à duas semanas que não lhes toco). Só ainda não consegui deixar resistir a devorar uma tablete, das grandes, de chocolate - mas isto lá vai, com tempo. Procuro caminhar mais e tento fazer as seis refeições recomendadas - às vezes não passam das quatro, mas enfim, é com o tempo. A minha única dificuldade e que, sinceramente, será difícil de alterar é comer o jantar. Desde os meus 10/11 anos que deixei de jantar: basicamente restringo-me a um pão e copo de leite ou sopa (em realidade, só janto quando isso significa ter de sair à noite) - reconheço que não é o melhor, mas já estou tão habituada que o meu corpo nem sente (ou eu julgo que não). A juntar a tudo isto, optei por tomar uns comprimidos - haver se o efeito é mais rápido.
Não sei se estou no melhor caminho, mas ando a trabalhar para tal. Se perder 10kg, até Junho/Julho, será uma enorme vitória e um enorme orgulho para mim. Haver vamos.
aliás, sou péssima a falar sobre mim e sobre os meus sentimentos: tropeço, atrapalho-me, atropelo-me nas minhas próprias palavras, baralho e perco-me nas ideias, fico sempre com a ideia de que ninguém entende o que tento transmitir. Por vezes, torna-se um pesadelo viver com a angústia e o sentimento de ser tão trapalhona, de não conseguir dizer o que quero, de não ser capaz de defender as minhas posições porque, volta e meia, dou por mim a perder-me. Às vezes é bem mais fácil ficar calada, no meu canto, sem dizer uma palavra a demonstrar este problema/defeito que desde sempre viveu comigo. Confundem-me com uma menina arrogante, outras vezes, como alguém sem interesse e excessivamente tímida quando, em realidade, tenho dificuldades em exprimir frases e ideias simples.
O tempo ensinou-me a viver com estas dificuldades - não sou gaga, antes que alguém me pergunte - e a encontrar métodos para demonstrar o que a alma não consegue falar: não sou grande escritora, nem de longe nem de perto, mas julgo transmitir facilmente em palavras aquilo que sinto. É, sem dúvida, mais fácil escrever do que falar - mesmo que nem todos consigam interpretar naquela maneira que gostaria ou que nem todos tenham paciência para ler grandes textos.
Porém, a vida não se rege por palavras escritas e são as palavras faladas aquelas que ocupam um valor central na vida em sociedade. De pouco servirá escrever o que a alma sente quando se está no meio de uma discussão ou a tentar justificar uma ideia...
Volta e meia dou comigo a pensar que não sou minimamente interessante: não sou bonita ou magra, sou introvertida, tenho dificuldades em me abrir com desconhecidos e, para além disto, e não só, ainda tenho que lidar com o jogo de palavras do dia-a-dia. Talvez seja por tudo isto, e muito mais, que fazem com que continue sozinha...
A cada dia que passa torna-se difícil acreditar que alguém, algum dia e em algum lugar, olhará para mim de forma diferente, com interesse, encanto e amor... alguém que saiba ver-me para lá da beleza e do peso, alguém que consiga compreender-me mesmo quando me baralho nas palavras, alguém que me convide a falar mais e a abrir-me mais. Talvez seja pedir demais, o mais certo é que tudo isto fique no meu mundo, nos meus sonhos - afinal, só lá é que vivem os príncipes encantados.
Com um dia de atraso, ou dois, dei por mim - à umas horitas, para ser mais exacta - a reflectir sobre o Dia Internacional da Mulher (porque o Carnaval teve o seu "E" de engraçado e, portanto, só agora é que me sinto com capacidade para escrever). Talvez não seja a mais acertada ou correcta mas, ainda assim, quero partilhar a minha opinião sobre o Dia Internacional que o 8 de Março representa.
Em tempos, naqueles anos longínquos de Liceu, tive uma professara de História que se mostrava totalmente contra este dia. Enquanto tecia palavras para justificar a sua posição, eu dava por mim a pensar que, no fundo, ela tinha razão. Segundo ela, este dia não fazia sentido porque, bem ou mal, já tínhamos conquistado muita liberdade e alcançado, de certo modo, a tão ansiada emancipação - podíamos trabalhar, votar, ocupar cargos e empregos que outrora só o sexo masculino podia ter, etc.. Já não me recordo bem de todas as justificação que ela dava desfavoravelmente contra o Dia Internacional da Mulher mas recordo-me, particularmente de uma que, de certa forma, faz sentido: não somos Mulheres uma vez por ano, mas todos os dias. Naquela altura, enquanto ela argumentava a sua posição, eu dava-lhe razão, achava que aqueles motivos eram mais do que suficientes para aquele dia ser tão estúpido como, por exemplo, o Dia dos Namorados. Recordo ainda, a propósito de ela considerar que apesar de ainda não sermos totalmente autónomas e emancipadas, que se queríamos alcançar esses e outros objectivos que o Dia da Mulher só servia para nos discriminar mais porque estávamos a mostrar a parte fraca, a mostrar que precisávamos de um dia só para mostrar que merecíamos ser tratadas de igual modo que o sexo oposto, apesar de tudo, também deveria existir um Dia Internacional dos Homens porque, mesmo que o negámos, existem desigualdades e discriminação contra estes, por exemplo, nos divórcios e partilha da guarda das crianças.
Em parte, ainda hoje concordo com ela. Porque só recordamos a desigualdade e a discriminação contra o sexo feminino num único dia do ano quando todos os dias somos vítimas de uma sociedade, ainda hoje, marcada pelo poder do sexo masculino? Porém, se este Dia Internacional não existisse, será que nos lembraríamos das desigualdades e discriminação contra as Mulheres existentes nas mais diversas sociedades do Mundo?
Não sou nem contra nem a favor deste dia, simplesmente, sou Mulher e, apesar de não me sentir totalmente discriminada enquanto tal, sei que existem muitas outras que vivem diariamente com o sentimento de que ser Mulher é não valer nada, ou melhor, é ser uma espécie de máquina reprodutora e pouco mais. No entanto, e saliento que, apesar de não me sentir totalmente discriminada por ser Mulher, noto frequentemente que somos discriminadas nas mais pequenas coisas da vida em sociedade: nas piadas feministas - sobre loiras, sobre a condução das Mulheres ou outra coisa qualquer - quando uma Mulher se veste um pouco mais atrevida ou quando ela diz não saber cozinhar - que é o meu caso - ou em tanta e pequenas coisas que nem damos conta disso. Frequentemente oiço o meu pai dizer que a minha mãe não soube ser totalmente mãe porque nunca quis ficar em casa a tomar conta de nós, dos três filhos, ou porque nunca me soube ensinar a cozinhar quando, na realidade, foi eu mesma que nunca quis aprender. Outras vezes, é a minha mãe que me pergunta como tenciono eu fazer, um dia, para alimentar os meus filhos e o "meu homem" se não souber cozinhar e, inclusive, já tive de ouvir Mulheres julgarem-me precisamente por isto, porque será meu dever tratar da casa, dos filhos e da cozinha. É apenas um exemplo e, certamente, não serei a única a ter de ouvir este género de comentários - o mesmo se refere ao sexo masculino: aí do Homem que diz saber cozinhar ou que toma conta da casa, na minha terra (um meio pequeno e conservador, tal como é, em parte, a sociedade portuguesa) logo apelidado de gay, apesar de ser cada vez mais comum. Mais, lembro-me de, uma vez, ter feito um trabalho de Liceu acerca da problemática da discriminação de género. Recordo-me do choque que foi para mim ler que existem patrões que despedem Mulheres apenas por estarem grávidas, os mesmos que, muitas vezes, colocam a questão às candidatas a um emprego sobre a hipótese de um dia serem mães, aqueles que preferem Homens e que, algumas vezes, "obrigam" as Mulheres a comprometerem-se com as entidades empregadoras de que não engravidaram enquanto durar o contrato. É triste, mas uma realidade.
Hoje em dia e, como já referi, apesar de não ser totalmente a favor nem totalmente contra, julgo que o Dia Internacional da Mulher não pode deixar de fazer sentido nem cair no esquecimento enquanto existir discriminação e desigualdade laboral ou enquanto existir violência física e psicológica sobre as mesmas. É necessário continuar a alertar o Mundo para o problema do tráfico de Mulheres para fins sexuais (e, até mesmo, de órgãos e escravidão), para a mutilação genital ou para o facto de elas servirem apenas como meros instrumentos reprodutores. E, enquanto existirem piadas sobre Mulheres que, muitas vezes, nós mesmos cultivamos, enquanto meras e insignificantes coisas do quotidiano continuarem a ser instrumento de desigualdade e discriminação - como às discotecas e bares que oferecem ou bebidas ou entradas gratuitas às Mulheres só por o serem (e, nisto sim, sou totalmente contra) - fará todo o sentido recordar o Dia da Mulher.
Contudo, é importante nunca esquecer que somos Mulheres o ano todo: somos trabalhadoras, mães, estudantes, avós, tias, namoradas, esposas, tudo isto e muito mais, todos os dias e não exclusivamente no dia 8 de Março. Fazemos "trinta por uma linha", inventamos e desenrascamo-nos, lutamos e sofremos, caímos e levantamos, protegemos os nossos com garra e amor...
É importante, na minha opinião, mudar e consciencializar opiniões todos os dias e, no Dia Internacional da Mulher, reflectir sobre o que falta e se pode fazer para mudar a condição de milhões de Mulheres. Porque, como já disse, somos Mulheres mais do que um dia no ano - e, termino com três frases famosas sobre ser Mulher.
A Mulher é o negro do mundo. A Mulher é a escrava dos escravos. Se ela tenta ser livre, tu dizes que ela não te ama. Se ela pensa, tu dizes que ela quer ser Homem.
John Lennon
A história da Mulher é a história da pior tirania que o Mundo conheceu: a tirania do mais fraco sobre o mais forte.
Oscar Wilde
É pelo trabalho que a Mulher vem diminuindo a distância que a separava do Homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta.
Simone de Beauvoir
p.s. Escrevo Mulher com letra maiúscula em homenagem a todas aquelas que lutaram e lutam, que dão a cara em nome desta causa e para tornar um Mundo um lugar melhor, não só para o sexo feminino como para todos nós; por todas aquelas que diariamente sofrem com a discriminação e injustiça, por todas aquelas que todos são estudantes, trabalhadoras, mães, tias, irmãs, filhas, avós, etc. e "fazem das tripas coração".
que me obrigas a "enfiar" gotas e mais gotas e uma - parva - pomada que me dá cabo dos nervos para a meter no olho... e, maldita, porque me deixates três semanas (no mínimo) sem puder usar lentes de contacto e três ou quatro horas nas urgências do hospital. Buah... estúpida conjuntivite!
Das duas uma: ou o horrível início de ano é compensado, nos próximos meses, com coisas boas ou este ano caminha para se tornar num péssimo e negativo ano...
prestes a terminar a licenciatura e com a abertura das candidaturas de mestrados quase a começarem, já deveria ter uma ideia daquilo que pretendo fazer: porém, não sei o que fazer, que caminho seguir, é como se estivesse num barco perdida no meio de uma tempestade.
Nunca escondi que o curso que frequento acabou por se tornar numa desilusão pessoal e numa das inúmeras escolhas que fiz ao longo da vida, que mais me marcou pela negativa e, consequentemente, contribuindo para diminuir a minha já fraca auto-estima - volta e meia, condeno-me pelo erro que cometi, por não ter tido a coragem suficiente para tocar de curso, por ser tão indecisa, por tudo. E, no entanto, prometi-me a mim mesma que passe o tempo que passar, um dia, ainda iria concretizar um dos meus maiores sonhos: a licenciatura em História (nem que seja com 90 anos!) - se bem que acho que isto não se enquadra lá grande coisa na problemática, mas enfim.
Por outro lado, quando me questionam sobre os meus gostos e preferências em termo de cursos, as minhas escolhas recaiam sempre por áreas cujas as saídas profissionais são quase nulas ou inexistentes (como já deu para perceber) sendo, portanto, um desperdício de tempo e esforço... e, para tal, já basta aquela que futuramente terei.
Porém, é sabido que uma média de 12 ou 13 é demasiado baixa para a maioria dos mestrados - não fileira - onde, geralmente, dá-se prioridade aos alunos cuja média de licenciatura é igual ou superior a 14 valores. Ou seja, aquilo que eu e muitos colegas de curso não possuem (e, que fique registado que não é por falta de estudo ou muitas borgas, falando por mim, é precisamente o contrário). Consequentemente, uma grande parte de nós vê-se "obrigado" a seguir para o mestrado de fileira (isto é, dentro da mesma área, aprofundando conhecimentos) de forma a terminar com notas de 15 ou 16 (segundo quem os frequenta) e, assim, conseguir nota suficiente para entrar noutro qualquer mestrado. Mas, contrariamente a essa grande maioria dos meus colegas, eu não consigo gostar ou ver com bons olhos mais dois anos do mesmo, sobretudo, porque se o curso já foi feito com grande esforço e sacrifício ao mais diversos níveis da minha vida, e o mestrado seria pior. Só para entenderem o meu estado em relação ao curso que frequento, até à presente data, continuo sem entender que mais posso eu fazer com está licenciatura para lá da área da investigação. Mais, sinceramente, desconheço o que fazer profissionalmente com ele: para além de fazer entrevistas e questionários parvos e aborrecidos, não faço a menor ideia do que poderia fazer, por exemplo, numa câmara municipal - infelizmente, grande parte dos cursos ligados às áreas das ciências sociais e do comportamento carecem disto: de formas que indiquem aos futuros licenciados o que fazer com toda aquela teoria que estudaram durante três ou quatro anos no mercado de trabalho; ou seja, muita teoria e pouca ou nenhuma prática dos conhecimentos adquiridos. Eu sinto-me assim: sem saber como aplicar todos os conceitos e autores que aprendi nestes últimos quatro anos.
A maioria das pessoas defendem que o mestrado deve ser feito logo depois de terminar a licenciatura - porque depois se perde o ritmo de estudo, porque há quem não consiga conciliar o trabalho com os estudos (muito graças às entidades empregadoras), porque mestrado de fileira é entrada garantida. Outros, defendem que é preferível ganhar competências e começar a trabalhar, de imediato - porque, tendo em conta que é não possuímos prática, a maioria das entidades colocam-nos de parte por essa carência e, se perdermos um ano em que poderíamos estar a fazer mestrado, não há mal porque, pelo menos, foi a trabalhar (mesmo que não seja na nossa área) e a ganhar experiencia profissional. Eu, sinceramente, creio que estou de acordo com os primeiros. Mas, não sei o que fazer... Não sei se quero seguir para um mestrado numa área que não me faz sentir realizada ou se arriscar num mestrado de uma área distinta (mas aberta a estudantes com a minha licenciatura) e, em que corro o sério risco de não entrar. Por mais que pesquise, que coscuvilhe, não consigo encontrar um mestrado minimamente ao meu gosto e com uma saída profissional (precisamente aquilo que a História não é - apesar de ser um sonho - ou, até mesmo o meu curso). E, sinceramente, não sei até que ponto não deveria ponderar a hipótese de fazer uma nova licenciatura.
Por outro lado, já pensei em ficar um ano longe dos estudos, para pensar e repensar no que quero da vida, começar a trabalhar e ganhar experiência laboral. Até hoje, a única que possuiu é a do café do meu pai, ou seja, não é nada de nada. Contrariamente a alguns licenciados (saliente-se "alguns"), não sou daquelas que após terminar o curso se recusa a trabalhar num café ou na caixa de um supermercado, antes pelo contrário, é sempre melhor do que nada e é um emprego digno como outro qualquer. Além disso, quero deixar de depender dos meus pais: já bastou o sacrifício de quatro anos para me pagarem a licenciatura, agora é a minha vez de ser eu a pagar o meus próprios estudos.
Sinto-me sem norte nem sul ou, como num daqueles filmes, perdida no meio do nada com dois ou três caminhos para escolher. Seria mais fácil se, tal como nas licenciaturas, existisse para os mestrados um instrumento que indicasse as áreas mais carenciados de profissionais no país. Reconheço que existe uma panóplia de mestrados com muitas e boas saídas profissionais, com falta de pessoal qualificado, mas como identifica-los? Será que valerá a pena mais dois anos numa área que não me identifico totalmente? Valerá a pena arriscar um mestrado em que, à partida, não entrarei? Ou será que deveria optar por trabalhar, independentemente do emprego, juntar dinheiro e reflectir melhor no que quero? Ou, deveria seguir já o meu sonho, sabendo as dificuldades e consequências dessa escolha?
Alguém me pode dar umas luzinhas, informações de mestrados em ciências sociais e do comportamento com alguma saída profissional? Sei que nos tempos que correm, não existem cursos ou áreas com boas saídas profissionais mas, por favor, ajudem-me... Sei que ninguém pode escolher por mim, que é uma opção que devo reflectir e tomar mas, sei lá, atirem ideias, sugestões, coisas assim...
Não sei, definitivamente, o que fazer, que caminho seguir...
Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida.
Confúcio
Uma linha vermelha, invisível, conecta os que estão destinados a se encontrar, apesar do tempo, do lugar, apesar das circunstâncias. O fio pode ser apertado ou emaranhado, mas nunca rompido.
Provérbio Chinês
Não sei se existe alguma verdade nestas palavras, na verdade, às vezes julgo acreditar que não existem pessoas destinadas, que o amor não é eterno nem que tão pouco existam amores à primeira vista ou amores verdadeiros... pelo menos tento fazer com que os demais acreditem que eu mesma acredito que nada é eterno e que o amor, tal como a vida, têm princípio e fim.
Porém, outras vezes, naqueles momentos em que a solidão me faz companhia e em que a imaginação e o sonho tomam conta da mente, é nestas palavras que acredito... e, é nesses momentos, em que acredito em príncipes encantados, em homens carinhosos, no amor eterno e nessas baboseiras pirosas que os romances e filmes de Hollywood construíram - e que em gostava que fizessem parte da minha vida real: admito, gostava (quero muito), um dia, viver uma dessas histórias de amor que nos derretem e nos deixam com a lágrima ao canto do olho.
na longa viagem de regresso a Sul, entre gargalhadas de conversas animadas de um grupo de amigos e o silêncio reinanto entre desconhecidos. Adormeci por entre o som da música, perdida entre os sonhos que a alma e a imaginação vão desenhando, tentando não pensar nos males reais, tentando esquecer a realidade. Adormeci por entre o olhar perdido no ceú estrelado e o olhar de quem não queria, mais uma vez, voltar a chorar. E, assim, se fez a viagem, entre a tristeza e as pequenas explosões de alegria de mais um golo e vitória alcançada, por entre a imaginação e o sonho e um pedido às estrelas...
Às vezes - para não escrever 'frequentemente' -as minhas viagens conseguem ser desgastantes, deprimentes e tristonhas. Às vezes, sei lá, gostava que fosse diferente e que a cabeça e a alma não pensassem tanto nos males da vida e do coração.
dou comigo a pensar se algum dia terei a oportunidade de ser realmente amada. Alguém que não dê importância ao meu aspecto exterior, mas àquilo que sou e valho interiormente. Alguém que seja capaz de ver um outro lado que, por vezes, esqueço-me de que existe em mim. Que não ligue aos meus desastres e manias, que partilhe sonhos e gostos, que não desista de me conhecer nem tão pouco se assuste com a minha falta de jeito, ingenuidade ou inexperiência...
Às vezes pergunto-me se esse príncipe encantado existirá... ou onde estará: como será, que nome terá ou simplesmente, se estará próximo.
Às vezes só queria que estivesse ao meu lado para não me sentir tão sozinha...
Escrevo-te a ti, que andas por ai à minha procura, numa solidão povoada, vazia e acomodada à espera que a vida te ponha no caminho uma mulher como eu.
Não sei como te chamas nem por que inicial começa o teu nome, mas sei que existes, que me esperas e desejas e que um dia farás parte da minha vida.
Margarida Rebelo Pinto
O meu outro espaço...
E Sentimentos...